O pesquisador René Amalberti esteve no Brasil em maio de 2017 lançando seu livro “Gestão da Segurança: Teorias e práticas sobre as decisões e soluções de compromisso necessárias”, traduzido para o português. Veja a apresentação do livro aqui.
Ele também deu uma entrevista de 1h30, organizada pelo Fórum AT, para a TV USP, abordando vários temas muito interessantes sobre gestão da segurança: o que são organizações ultra-seguras? Como se chegar a esse nível? Qual a relação entre competência e segurança? Será que realmente quanto mais competência mais segurança?
Essa entrevista deu origem à um artigo na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO).
Ficou curioso? Então veja aqui a entrevista completa e leia o artigo da RBSO aqui!
Raoni, Ildeberto, muito bom trabalho com a entrevista e com a edição, tradução, etc. No que diz respeito aos desvios e formas de controle, acho que perdeu-se oportunidade de conversar com Prof Dr Amalberti, por exemplo, ao discutir o sistema BBS/Du Pont, os mecanismos organizacionais/gestionários que produzem a vulnerabilidade a acidentes por dificultar ou artificializar recuperação de erros ou antecipação, e que estão na origem de comportamentos “estranhos”/arriscados dos operadores. Por exemplo, formas de remuneração que conflitam com tempo perdido por procedimentos de segurança (como a lentificação da produção ao usar EPI que impede agilidade/visão, ou isolamentos e bloqueios de corrente nos reparos elétricos, onde procedimentos de segurança são muito mais demoradas que os reparos em si, e os empregados – terceirizados – recebem por produção)… Ou seja: há oportunidades de desenvolver a segurança, num nível sistêmico, organizacional (e às vezes macro, acima das empresas individualmente), que ainda podem ser considerados para continuar a desenvolver “negócios mais seguros” (não só “produção mais segura”, já que as empresas, seus negócios, não dependem apenas da produção: é necessário tambem valorizar o patrimonio intangível, que impacta valor das ações no mercado). Isso não quer dizer que só seria possível desenvolver segurança revolucionando o sistema economico, que impacta forma como as empresas funcionam: há oportunidades de desenvolver segurança que estão ao alcance do gerenciamento das empresas, em seu ambiente interno. Enfim, contribuição importante do Amalberti, e que, como sempre, nos lança em busca dos próximos passos. Obrigado pelo trabalho.
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Olá Marcelo! Obrigado pelo retorno! Com certeza, a vulnerabilidade na segurança produzida pelas abordagens do tipo DuPont seria uma questão importante a se explorar melhor. Fica o ponto de atenção para as próximas reflexões. Abraços da equipe!
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