Em 1989, na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, François Daniellou, Antoine Laville e Catherine Teiger publicaram o artigo “Ficção e realidade do trabalho operário”, com tradução de Maria Luiza Azevedo e revisão técnica de Leda Leal Ferreira.
A partir de exemplos concretos obtidos ao longo de 15 anos pelo Laboratório de Ergonomia e Neurofisiologia do “Conservatoire National des Arts et Metiers” (CNAM), em Paris, este artigo propõe elementos de reflexão crítica sobre o modelo do ser humano e dos sistemas técnicos nos setores clássicos de produção como nos setores que adotam “novas tecnologias”. Num primeiro momento, os autores discutem a diferença entre o que é previsto nos escritórios de organização e o que é realizado na fábrica; em seguida, dão ênfase numa série de conseqüências acarretadas ao indivíduo, à empresa e ao coeltivo, sugerindo uma abordagem baseada em um “princípio de realidade”.
Um clássico, escrito por alguns dos fundadores da disciplina, que discute a essência da análise do trabalho proposta pela ergonomia: o contraste entre o que é previsto e o que a realidade coloca.